Este trabalho se propõe a investigar e compreender as formas políticas de luta e emancipação social a partir do conceito de antagonismo da pensadora mexicana Raquel Gutiérrez. A investigação apresenta como o contexto do colonialismo, em conjunto com os desdobramentos da modernidade, produziu marcadores identitários que até hoje se exprimem como relações antagônicas. Com base nas formulações teóricas de Gutiérrez, compreende-se que a unidade entre teoria e prática reflete a luta social como um mosaico dinâmico em antagonismos diversos, considerando as contradições do capitalismo e instabilidades como partes intrínsecas da luta. A noção de luta prática e emancipação ganha sentido nos momentos de conflitos sociais, pois são eles que tornam as ações coletivas mais autônomas, potencializando a transformação e ruptura das relações de produção da ordem hegemônica. A partir disso, analisamos o conceito de autodeterminação, apresentando-se como categoria fundamental que rompe com o modelo capitalista, em especial sua centralização hierárquica. Por fim, Gutiérrez destaca que a capacidade coletiva emerge na ação conjunta de resistência, na decisão coletiva autônoma e na autorregulação da convivência social a partir das especificidades locais e não através de esquemas de classe restritos e predeterminados, indo, assim, de encontro às concepções marxistas ortodoxas. Estas formulações foram sistematizadas em torno da investigação proposta para esta pesquisa, na tentativa de apreender novas possibilidades de protagonismo social e articular formas políticas distintas de enfrentamento perante o cerceamento causado pelo capitalismo.
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